12 Anos De Reconhecimento Da Língua Gestual Portuguesa (LGP)

Falar com as mãos... Mas o que é isso? Como? Quando? Onde?
Falar com as mãos... É assim que a maioria dos que integram a Comunidade Surda comunica, através da língua gestual! Em Portugal é, claro está, a Língua Gestual Portuguesa e os principais falantes desta língua são, claro está, os surdos! Mas também as suas famílias, amigos e os intérpretes... As pessoas surdas não comunicam da mesma forma que nós, para se fazerem entender nas suas relações com o mundo que os rodeia, usam a sua própria forma de comunicar... Falam com as mãos! Utilizam a Língua Gestual Portuguesa (LGP) ! Esta é uma língua visual que se baseia nos movimentos, configuração e orientação das mãos e na expressão facial. E porquê Língua Gestual e não Linguagem Gestual? Porque a LGP não deixa de ser diferente das restantes línguas, pois tal como todas as outras tem uma gramática e um dicionário próprios, o Gestuário, em que os significados aparecem sob a forma de gestos. E por isso mesmo, não está correcto dizer linguagem gestual, uma vez que a linguagem não tem regras fixas, nem dicionário. E porquê Língua Gestual Portuguesa? Não é universal? Não, pois tal como as línguas orais são diferentes de país para país, o mesmo acontece com as Línguas Gestuais...

E o dia da Língua Gestual Portuguesa comemora-se hoje, dia 15 de Novembro! Foi neste dia que foi criada a Comissão para o Reconhecimento da Língua Gestual Portuguesa, em 1996, e foi neste dia, em 1997 que a LGP foi reconhecida no Artigo 74º, Nº 2, alínea h) da Constituição da República Portuguesa: «na realização da política de ensino incumbe ao Estado (...) proteger e valorizar a língua gestual portuguesa, enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades». Portanto, desde 1997 que a Língua Gestual Portuguesa é uma das línguas oficiais de Portugal, juntamente com a Língua Portuguesa e o Mirandês.


Assim sendo a LGP faz hoje 12 anos! PARABÉNS!!!

Saudações gestuais da futura Intérprete,
Liliana Dias*